quinta-feira, 21 de maio de 2009

A menina

- Uma pequena fábula dedicada ao ser mais incrível que já conheci.

A menina trasbordava cores e sorrisos, dançava com os braços abertos com a melodia que tocava ao seu imo, as batidas alucinavam sua mente e acariciavam a alma da criança que habitava dentro dela, isso a realizava de tal forma que a menina sorria resplandecente, passando a todos a verdadeira energia que encontrava-se naquela alma. E não era uma alma qualquer, era um tipo de alma azul cintilante, que transcendia a órbita de seus olhos, de íris também azuis como sua alma. Eram olhos sinceros aqueles, cândidos e contempladores, que refletiam uma veracidade e um anseio por vida que causava em mim uma reação quase explosiva de querer viver e tela pra sempre comigo. Ela me contava histórias de onde vinha, e eu sabia que eu estava presente em seus mundos e histórias. Relatava-me nossas outras vidas, almas, e universos fantásticos. E a sintonia entre nós fluía serena, de certa forma, aos meus olhos a ligação entre nossas almas era divina.
Quando a tristeza vinha atormentar a minha essência, era só eu lembrar do som do riso da menina, se eu pudesse eu o teria guardado num frasco e o abriria um pouco cada vez que me sentisse sozinha, e aquilo acalantaria minha alma... Aquele riso tão descompromissado com um fragmento quase infantil me fazia lembrar outras épocas e aquecia meu coração. A menina andava com leveza, sorria com doçura e me olhava com cumplicidade. Cantava músicas que falavam de paz e balançava seus dreads de cor púrpura que fazia exalar pela atmosfera seu doce perfume de flores. Ela gostava de coisas que vinham da terra, ervas divinas que acentuavam sua energia pura que contagiava a todos e principalmente a mim. Juntas desenhávamos cores no ar, e criávamos asas onde podíamos voar sorrindo pelas nuvens. Sem rumo nossa risada se misturava e se tornava uma só, ecoando aos quatro cantos do mundo. Eu segurava em sua mão e logo a natureza se desvendava pra gente, e nós a contemplávamos, e ela retribua nos apreciando igualmente. Fazíamos bolhas de sabão num gramado verde entre cogumelos coloridos e os duendes entravam na nossa roda e cantávamos todos a mesma canção, dançávamos libertando os fantasmas distraídos, e o mundo girava envolto numa só energia: A paz.
A menina nasceu pra mim, e eu nasci pra ela. Pois somos feitas na mesma essência, vindas a terra com o mesmo objetivo, e unidas por um único e mais importante fator: O amor.

- à minha metade da alma, Babi.

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